A próxima atualização do BitCoin, as assinaturas Schnorr.
O nome parece complicado mas “Schnorr” poderá ser o termo mais escutado entre os desenvolvedores blockchain nos próximos anos. A próxima atualização do BitCoin, as assinaturas Schnorr, lida com as duas maiores questões em aberto na tecnologia: a escalabilidade e o anonimato.
O protocolo da rede BitCoin possui uma limitação de projeto que impõe um numero máximo de 7 transações por segundo. Essa condição foi criada a princípio para garantir as principais características da moeda como resistência à censura, descentralização, imutabilidade e acesso aberto. Em função desta limitação atualmente há um debate entre os desenvolvedores em como modificar o protocolo para aumentar o numero de transações suportadas. A visão da comunidade é que a rede possibilite o uso por milhões de pessoas em todo mundo simultaneamente.
Entretanto a melhoria do protocolo está longe de acontecer. Todos desejam que o sistema seja atualizado, mas há desentendimento na forma como deva ser feito. Parte dos desenvolvedores acredita na resiliência e deseja que as mudanças ocorram de forma conservadora sobretudo para manter intactas as características do Bitcoin. Pieter Wuille, por exemplo, alega que “as assinaturas Schnorr permitirão que futuras melhorias sejam implementadas enquanto se caminha em direção a um sistema de escalonamento mais eficiente”.
Schnorr
Atualmente a rede Bitcoin utiliza assinaturas digitais do tipo ECDSA (Algoritmo de Assinatura Digital de Curvas Elípticas) ocupando cerca de 72 bytes de informação. As assinaturas Schnorr reduzem o tamanho da transação para apenas 64 bytes por usarem um método mais simples e por permitir a combinação de múltiplas assinaturas agregadas em apenas uma, em contraste ao modelo ECDSA que produz várias assinaturas. Essencialmente o agrupamento produz a mesma prova criptográfica utilizando menos largura de banda, resultando em maior eficiência e escalabilidade. Os desenvolvedores estimam um ganho de 25% a 30% na capacidade de transações da rede Bitcoin como resultado dessa atualização.
Esta será possivelmente a maior mudança de código desde a implementação inicial de Satoshi Nakamoto.

O conceito por detrás das assinaturas Schnorr foi criado pelo Alemão Claus-Peter Schnorr e funciona ligando múltiplas chaves privadas à uma única assinatura. Desta forma é possível provar que um usuário é o proprietário das chaves privadas de um endereço e então é autorizar o uso de suas unidades.

Criada por vários programadores, a proposta matemática chamada de MuSig descreve a solução que pode ser codificada no Core do BitCoin. Embora longe dos objetivos finais de escalabilidade esta atualização é necessária para uma série de mudanças que podem ser construídas a partir da implementação dela. Outra vantagem que as assinaturas de Schnorr podem oferecer é o incremento de privacidade a partir de novas técnicas.
Privacidade
Ao exigir apenas uma assinatura para comprovar a propriedade do saldo de uma carteira as assinaturas schonorr aprimoram a segurança uma vez que sua própria assinatura não é necessária. Alinhado ao método CoinJoin, técnica de preservação da privacidade em que vários remetentes e receptores são combinados em uma única transação, será impraticável de um observador da blockchain vincular remetentes a receptores específicos.